Desde que o sistema de reconhecimento facial foi instalado nos ônibus de Porto Alegre, em agosto, foram identificados 24 mil laudos de suspeitas de uso inadequado dos cartões TRI de pessoas que têm algum benefício — como isenções ou desconto. Até o momento, 9 mil cartões foram bloqueados, os demais bloqueios ocorrerão gradativamente. Os dados são da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e foram atualizados na quarta-feira (25).
A tecnologia instalada em 178 ônibus permite a comparação do passageiro com a foto que está no cadastro do TRI. A utilização inadequada se dá quando o cartão do beneficiário é utilizado por terceiros ou quando há comercialização. De acordo com a EPTC, terceiros usando cartões com benefícios concedidos para idosos e pessoas com deficiência foi a principal irregularidade encontrada.
Os laudos gerados pelo sistema de biometria facial mostram inconsistência entre a foto do titular do cartão e o usuário. A partir disso, a equipe da EPTC faz uma análise dos dados. Os responsáveis pelos cartões serão chamados pelo órgão para prestar esclarecimentos.
Caso seja confirmado o uso inadequado, o usuário perde o benefício — o que já aconteceu nos últimos meses. Segundo a EPTC, é possível recuperar o benefício, mas é preciso abrir um processo administrativo, que não tem tempo de duração definido.
No mês passado, um decreto do prefeito Nelson Marchezan estabeleceu prazos para as empresas de transporte público implementarem GPS em toda a frota e sistema de reconhecimento facial, entre outras ações. Segundo a EPTC, a implantação do sistema de reconhecimento facial deverá alcançar 300 ônibus até o final do ano.