Aline Custódio
De forma improvisada, cerca de 30 homens e mulheres em situação de rua vivem dentro de uma área pública encravada no coração de Porto Alegre – que recebe milhares de visitantes durante os festejos farroupilhas. Abrigados há cerca de dois anos no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia), em um 'acordo amigável' com a prefeitura, eles identificam como aldeia as comunidades que se formaram nos três galpões de madeira, com telhados de zinco e sem paredes, e no meio das árvores da área circundada pela Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha e pelas avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Augusto de Carvalho. Ali, convivem com suas próprias regras, alheios ao tempo e ao espaço do restante da sociedade.
E foram os sonhos esvaziados pelo desemprego, pela violência e falta de perspectivas que acabaram unindo, mesmo que sem planejamento, os diferentes ocupantes do local.