
Um líder nato, conciliador e que transmitia paz. É assim que o caxiense Jean Carbonera, 49 anos, recorda de Robert Prevost. O norte-americano foi escolhido nesta quinta-feira (8) como o novo Papa, com o nome de Leão XIV. O advogado de Caxias do Sul conviveu com o então "Padre Robert" por dois anos, entre 2006 e 2008, na Itália.
Carbonera, que é presidente do movimento Advogados Sem Fronteiras, estava em Roma para estudar o mestrado. Após trabalhar com o governo italiano, passou a atuar com a Ordem de Santo Agostinho. Prevost, na época, era o prior geral da ordem. Ou seja, o grande líder dela.
Além de desenvolver atividades na área da Justiça na Ordem, o advogado caxiense trabalhou com os padres para criação de uma rede entre os órgãos sociais agostinianos pelo mundo, para que houvesse mais comunicação entre elas. Já na época, Carbonera notou como o norte-americano era um líder nato:
— Estar com ele em uma reunião, numa conversa, era sentir a paz no ambiente. Ele era aquilo que realmente pode se chamar de líder, ele exalava a liderança.

O caxiense lembra que Prevost foi eleito de forma unânime como o prior da Ordem de Santo Agostinho. Carbonera era muito próximo do padre holandês Wim Sleddens, um dos conselheiros do então padre Robert. Sleddens e os outros religiosos mostravam sempre muito orgulho de estar perto do norte-americano.
Quando Carbonera viu que o norte-americano foi escolhido como novo líder da Igreja Católica, o advogado até brincou: "o Papa é meu amigo". O caxiense recorda também que Prevost, inclusive, se mostrava um grande conciliador na ordem religiosa.
— Estávamos organizando uma rede internacional. É uma instituição de pessoas, tinha problemas, tinha interesses nos mais diferentes países do mundo. Ele tratava isso com uma maestria. Ele sabia como lidar com isso sem magoar a outra parte. Ele era um mestre em negociação e liderança, tinha esse dom — relembra o advogado.
O novo Papa, segundo o caxiense, também adorava estar na América do Sul. O cardeal norte-americano teve grande atuação no Peru, tanto que é um cidadão peruano. Mais recentemente, entre 2014 e 2023, Leão XIV tinha sido bispo de Chiclayo.
O caxiense lamenta apenas por não ter fotografias da época em que conviveu com o norte-americano. Ao contrário dos dias atuais, os registros não eram tão instantâneos.