A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) confirma que utiliza agentes à paisana em ações para combater o Uber e outros meios de transporte clandestinos em Porto Alegre. Foi o que aconteceu na tarde desta sexta-feira (16) na Avenida Guilherme Shell, em frente à ESPM, no bairro Santo Antônio.
A presença de homens com óculos escuros e tirando fotos nas imediações da faculdade chamou atenção de moradores. Um segurança da ESPM suspeitou da ação e acabou abordando os agentes, que se identificaram e confirmaram que estavam flagrando a presença de Ubers na região.
Minutos depois, a avenida foi bloqueada e funcionários identificados começaram a fiscalização. Cinco veículos foram recolhidos e um dos motoristas, que estava com a carteira cassada, acabou fugindo.
O condutor entrou em contato com a reportagem e disse que deixou o local para registrar uma ocorrência no Palácio da Polícia. O empresário contou que foi confundido com um motorista do Uber, agredido verbalmente e ainda levou um soco no rosto de um dos agentes.
A Delegacia de Trânsito vai abrir um procedimento para apurar possível abuso de autoridade. Os funcionários da EPTC também registraram ocorrência pelo fato de o condutor estar dirigindo sem habilitação e negaram a agressão.
Segundo o diretor presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, a prática é comum antes de ações para flagrar o transporte irregular.
"Fazemos uma avaliação prévia para identificar quem está praticando o transporte irregular. Nossa equipe faz um levantamento inclusive fotográfico e filma a ação para que esse material sirva de instrução de processo administrativo", explica.
Cappellari ainda negou que as equipes tenham chamado os carros pelo aplicativo. Segundo ele, a ESPM tem se tornado um ponto de Ubers e por isso havia vários veículos no local no momento da abordagem.
Desde o início da operação do Uber na Capital, em novembro do ano passado, 130 carros já foram apreendidos.
O motorista que for identificado nas blitze está sujeito a multa de aproximadamente R$ 7 mil, além das despesas de guincho e depósito. O veículo fica retido por 30 dias, enquanto tramita um processo administrativo. Em caso de reincidência, o valor da multa é dobrado.
Agente à paisana visto próximo à ESPM nesta sexta-feira (foto: Arquivo pessoal)