No Dia Nacional do Estudante, alunos e professores dos ensinos Básico, Técnico e Superior de Porto Alegre foram às ruas. O ato desta quinta-feira teve como objetivo protestar contra o governador José Ivo Sartori e o presidente interino Michel Temer, além de contestar os projetos de lei Escola Sem Partido e Lei da Mordaça. O grupo também reivindicou o passe livre nos ônibus.
O grupo se reuniu no Colégio Estadual Júlio de Castilhos e iniciou a caminhada por volta das 11h pela Avenida João Pessoa, no sentido bairro-centro. Os manifestantes seguiram até a frente do Palácio Piratini, passando pela Redenção e pelo Campus Centro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
– Na escola pública falta tudo, então hoje não é um dia de comemoração. É um dia de pressão nos governos, um dia de luta – comenta o estudante Daniel de Oliveira, 16 anos, que faz parte do Coletivo Vamos à Luta e do Comitê das Escolas Independentes.
Em conjunto com o Comitê das Escolas Independentes, a manifestação foi organizada por movimentos como União a Juventude Rebelião (UJR), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União da Juventude Comunista (UJC), Fora da Ordem, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), entre outros. O Centro dos Professores Estauais (CPERS) também marcou presença.
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– Os estudantes mostraram muito mais do que a gente poderia ver dentro de uma escola pública. Estar com eles, hoje, é mostrar que também queremos uma educação de qualidade, a moralização da educação – destaca Rejane Almeida, professora de Filosofia do Colégio Estadual Florinda Tubino Sampaio.
Aos gritos de "Fora Temer" e "Ô, ô, Sartori, mãos de tesoura, cade o salário da minha professora?", o grupo percorreu o trajeto pacificamente e, entre uma buzinada e outra, ganhava apoio dos motoristas. Os bloqueios momentâneos, inicialmente, foram feitos por alguns estudantes, que corriam mais à frente da caminhada a fim de parar o trânsito para o grupo passar. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) só acompanhou a passeata – fazendo as intervenções necessárias – quando ela chegou à Avenida Senador Salgado Filho.
Segundo a EPTC, no início da manhã, os agentes acompanharam outro ato de alunos da Escola Técnica Estadual Parobé, que percorreram a Avenida Loureiro da Silva até a Borges de Medeiros. O órgão não tinha conhecimento das manifestações e informou que não houve um comunicado formal sobre a realização dos atos.