Correção: das 12h25min até as 16h28min, a matéria informava incorretamente que todos os contratos estavam sob responsabilidade de um fiscal do DEP, quando, na verdade, seriam seis dos 16 contratos. A informação, repassada pela prefeitura de Porto Alegre, foi corrigida.
Após a denúncia, por Zero Hora, de irregularidades no serviço de limpeza de bueiros em Porto Alegre, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e a Procuradoria-Geral do Município anunciaram mudanças na gestão do órgão.
Entre os problemas verificados na primeira semana de trabalho dos interventores está a centralização em apenas um fiscal de seis dos 16 contratos da Divisão de Conservação, responsável pela limpeza dos equipamentos de drenagem. Na reportagem, ZH constatou superfaturamento nos relatórios da empresa JD Construções, contratada pela prefeitura.
– Essa centralização não era boa para a população. Poderia ser para alguém, mas para a população, não – afirmou o diretor interino do DEP, Lieverson Perin.
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Uma das medidas é justamente distribuir a supervisão dos serviços na área entre pelo menos seis fiscais. Além disso, cada seção do DEP vai passar a cuidar dos seus contratos. O atendimento à população, que após a reportagem denunciou não ser atendida nos pedidos de limpeza, também é alvo de medidas: um cronograma para atender às demandas do telefone 156 está sendo elaborado. Há 22,5 mil pedidos de cidadãos pendentes – 2,7 mil só de limpeza de bueiros
O descontrole era tanto que, segundo Lieverson, é possível que entre os 22 mil pedidos exista muita coisa em duplicidade:
– Estamos checando cada um. É possível que fiquemos em um passivo de 10 mil, tirando as repetições.
Buscando reforçar a fiscalização de serviços, o diretor interino disse que pretendem investir em tecnologia. Uma das ideias é instalar sensores eletrônicos em pelo menos 15 conhecidos pontos de alagamento na Capital. Os sensores vão ajudar a monitorar a limpeza de equipamentos de drenagem.
Também estão sendo estudadas medidas para tornar a gestão do órgão mais moderna, mas sem aumento de custos. Além de todos os contratos estarem sendo revisados, Lieverson também destacou que todos os processos de licitação que estavam em andamento estão sendo refeitos.
Empresas terceirizadas tiveram pagamentos suspensos até que os novos gestores do DEP comprovem que os serviços foram realmente executados. O departamento confirmou o rompimento de contrato com a JD Construções e com a empresa Grimon Saneamento e Construções Ltda, responsável pela construção da Casa de Bombas da Vila Minuano. A obra custou R$ 9,1 milhões e foi executada com defeitos que impedem o funcionamento da Casa de Bombas.
Confira a investigação completa:
Acompanhe a cobertura da repórter Adriana Irion
* Zero Hora