Após ataques a pelo menos seis coletivos - cinco ônibus e um lotação - incendiados na noite desta terça-feira, órgãos de segurança se reuniram para definir estratégias e garantir a segurança necessária para o reestabelecer o serviço aos usuários da zona sul de Porto Alegre.
Uma reunião a portas fechadas ocorreu na madrugada desta quarta-feira na sede da Secretaria de Segurança Pública. O encontro entre representantes da Brigada Militar e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), empresas de ônibus e rodoviários durou pouco mais de um hora.
Foi definido que, a partir das 7h desta quarta-feira, haverá o reforço do policiamento nos principais eixos que ligam a Zona Sul ao Centro. Com isso, a operação dos ônibus que atuam na região será afetada. O serviço de transporte não atenderá os bairros. A viagens devem partir dos terminais Belém Velho e Restinga, por exemplo.
Foi definido que, a partir das 7h desta quarta-feira, haverá o reforço do policiamento nos principais eixos que ligam a Zona Sul ao Centro. Com isso, a operação dos ônibus que atuam na região será afetada. O serviço de transporte não atenderá os bairros. A viagens devem partir dos terminais Belém Velho e Restinga, por exemplo. As linhas afetadas pelas alterações são todas do consórcio STS e cinco da Carris (T2, T2A, T3, T4 e T11). Os demais ônibus, do consórcio Conorte, Unibus e as não citadas da Carris, vão operar normalmente.
Confira abaixo os eixos atendidos pelo transporte coletivo na Zona Sul:
- Estrada do Lami,
- Belém Novo,
- Juca Batista,
- Eduardo Prado,
- Cavalhada,
- Teresópolis,
- Restinga Nova e Velha (via Edgar Pires de Castro),
- Serraria,
- Tramandaí,
- Coronel Marcos,
- Icaraí,
- Belém Velho,
- Oscar Pereira,
- Cruzeiro do Sul,
- Orfanotrófio,
- Menino Deus
- Afonso Lourenço Mariante
O tenente-coronel da Brigada Militar Mário Ikeda, responsável pelo comandante do policiamento da Capital explicou que foi elaborado um esquema especial de segurança traçando rotas para ligar a Zona Sul ao Centro com reforço nos pontos de chegada e partida e em alguns trechos de maior risco à segurança.
O vice-presidente sindicato dos rodoviários de Porto Alegre, Sandro Abade manifestou preocupação com a segurança dos trabalhadores da categoria e explicou que o sindicato estará nas garagens das empresas para prestar um apoio aos rodoviários e, segundo ele, a expectativa é de que o serviço seja retomado gradativamente à medida em que houverem garantias de segurança.
Cinco ônibus e um lotação são incendiados em Porto Alegre
No final da noite de terça-feira, a EPTC informou que todos os ônibus do consórcio STS e as linhas da Carris, suspenderam a circulação na Zona Sul após os ataques.
Durante a madrugada, as linhas afetadas foram a M10 Restiganda Nova, M68 Belém Novo e M79 Madrugadão Serraria, da STS e as linhas T2, T2A, T3, T4 e T11, da Carris, tiveram interrução do serviço ainda na terça-feira.
Em entrevista ao programa Esporte & Cia, da Rádio Gaúcha, o presidente da EPTC, Vanderlei Capellari, afirmou que o órgão vai exigir forte busca para a identificação dos autores dos ataques.
"Esperamos que haja a identificação desses criminosos. Não podemos aceitar que qualquer ocorrência da segurança pública venha a afetar diretamente o sistema de transportes", disse.
Relembre casos de ataques a coletivos em 2015 em Porto Alegre
Capellari avaliou também os danos após os ataques, e citou as dificuldades que o transporte público deve enfrentar em decorrência dos frequentes atos de violência contra coletivos: "Há um custo elevadíssimo para o sistema de transporte. Isso nos deixa perplexos porque vai impactar diretamente na confiança da população e dos empresários para colocar os veículos em operação", afirmou.
Ouça a entrevista completa de Vanderlei Capellari à Rádio Gaúcha:
A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) se manifestou por meio de nota à imprensa. Confira a íntegra abaixo:
A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) manifesta a sua preocupação com os acontecimentos envolvendo veículos de transporte coletivo na noite desta terça-feira (01), e entende a necessidade de uma ação conjunta entre os poderes constituídos e demais envolvidos. A entidade acredita que deve haver um esforço de atuação e estratégia entre todas as partes - Poderes Municipal e Estadual, Secretaria de Segurança, Brigada Militar, EPTC e empresas de ônibus - para que se encontre uma efetiva forma de identificar e punir os responsáveis pelos episódios que prejudicaram um contingente de usuários de ônibus, assim como evitar que os atos de violência voltem a ocorrer. Além dos significativos danos ao patrimônio, os incidentes envolvendo os ônibus representam prejuízo direto às pessoas, com a fragilização na prestação de um serviço público que deixa de atender a população. Há, ainda, o dano imensurável da sensação de medo que atinge os nossos rodoviários, principalmente, em tão curto espaço de tempo entre os episódios de crime e violência. A ATP clama por ações que possam pôr fim aos ataques, antes que eles virem uma rotina no transporte coletivo de Porto Alegre.