Fórmulas numéricas vistas em calçadas e ruas de bairros como Menino Deus, Petrópolis, Santa Cecília, Jardim Lindoia e Auxiliadora deixaram pedestres intrigados nos últimos dias em Porto Alegre. Os registros são resultado do trabalho de topografia e sondagem realizado antes das obras de construção de rede de distribuição de gás natural em Porto Alegre.
A Sulgás trabalha em um plano de expansão para levar dutos de gás natural a mais residências. Atualmente, 18 mil casas e mais de 400 pontos comerciais em 22 bairros já utilizam o gás natural, que também é oferecido a motoristas em 23 postos de combustíveis. A companhia projeta alcançar 100 mil clientes em quatro anos com expansão da malha residencial.
Os responsáveis pela inscrição dos sinais misteriosos são técnicos que monitoram interferências no subsolo. Eles usam um marcador industrial biodegradável - uma "tinta amarela" que sai com água - para indicar a presença de outras redes enterradas (água, esgoto e energia) e sua profundidade (que varia de 1m a 1m20cm).
Segundo o gerente de engenharia da Sulgás, Tiago Marchese, a marcação serve de referência para a contrução do duto subterrâneo de gás:
- Esses sinais buscam evitar a interferência a outras redes durante a instalação dos tubos no solo. As pinturas indicam também as subdivisões da rede de gás e são inseridas nos cadastros da Sulgás, para facilitar a localização da própria rede, de suas conexões e válvulas em um projeto.
As especulações sobre a origem das marcações começaram há cerca de duas semanas:
- Dizem que e fibra ótica - arrisca o zelador Istamar da Silva Rosa, na Rua Gen. Souza Doca.
- Parece alguma perfuração para encanamento, saneamento, água - diz a advogada Carla Lopes dos Santos, no bairro Petrópolis.
- Estão todos curiosos, ninguém sabe o que é, achei que era algo de telefonia - diz o vendedor Sílvio Stenberg, dono de uma banca de revistas na 24 de Outubro.
As atividades foram suspensas por causa da umidade. Segundo explica Marchese, com chuva há risco de desmoronamento de terra e descargas atmosféricas.
- Como há muita tubulação, é preciso esperar passar o período de chuva para recomeçar os trabalhos - explica.