Ainda no imaginário dos porto-alegrenses, o metrô de Porto Alegre seguirá a tendência mundial de sinalização de trens e deverá ter inovações diante do que se vê em prática hoje no Trensurb. O projeto, que continua em desenvolvimento e deve ser concluído em 30 dias, prevê a instalação do Communications Based Train Control (CBTC) para operação dos veículos.
Trajeto do metrô de Porto Alegre até a Fiergs volta a ser discutido
Cinco obras da Copa devem ficar prontas até outubro, segundo prefeitura
O sistema possibilita aos trens circular em blocos móveis, fazendo com que estejam em comunicação permanente com um centro de controle. Isso torna a distância entre eles menor, podendo aumentar a oferta de viagens. A primeira cidade a implantar o serviço foi Vancouver, no Canadá, em 1986. Hoje, estão em operação no município de pouco mais de 600 mil habitantes 70 quilômetros, divididos em 33 estações. O projeto do metrô da Capital, que tem o dobro de população, prevê 10 quilômetros e 10 estações.
EPTC prevê que até maio a população saberá se Capital precisa de mais táxis
Depois de largar o carro, ciclista cogita desistir da bicicleta em Porto Alegre
UFRGS deverá ter serviço de aluguel de carros elétricos em 2015
Nos sistemas tradicionais, a sinalização é feita por luzes ao longo da pista, que emitem as cores verde, vermelha e amarela, com orientações aos condutores. Com o CBTC, a comunicação entre os trens é feita via wireless. A distância entre um veículo e outro, que chega a três minutos nas operações convencionais, reduz-se a 90 segundos.
Em Londres, de acordo com o diretor de Transportes da Thales Group (uma das empresas que trabalha com instalação de CBTC e que fez a implementação em Vancouver) no Brasil, Thomaz Aquino, o aumento na oferta de lugares para passageiros foi de 20% com o uso do sistema.
Programação conforme o tempo e a velocidade
Com o sistema CBTC, os maquinistas têm as funções reduzidas. Nos projetos mais atuais, o cargo do condutor é inexistente. Os serviços exercidos pelos operadores passam a ser executados pela central de controle. Antes de saírem, os trens são programados pelo centro de controle conforme o tempo e a velocidade que devem ficar rodando. Os dados são repassados para os veículos em um pátio automatizado, onde ficam enquanto não estão circulando.
Leia as últimas notícias de Zero Hora
- O estudo para o projeto que está em curso mostrará qual será o grau de automatização de CBTC necessário, mas a tendência é de que seja o mais avançado disponível - explica o coordenador do projeto MetroPoa, Luiz Claudio Ribeiro.
A tendência é de que se opte pelo modelo sem condutor, que aumenta a agilidade, reduz o tempo de intervalo e oferece mais segurança, uma vez que a navegação é totalmente programada. Outra opção é que os metrôs levem um condutor que opere apenas em situações de emergência. Após a conclusão do projeto da Capital, haverá consulta pública e elaboração do edital. A expectativa é de que o parceiro privado seja selecionado até o final do ano.
Sistema proporciona segurança nas linhas
Outra possibilidade que o sistema CBTC oferece é do travamento total do sistema diante de qualquer intervenção na linha. Caso algo ocorra nos trilhos, como a queda de pessoas sobre a pista, a operação faz com que os veículos parem imediatamente. Segundo os representantes da Sky Train, operadora do serviço em Vancouver, não há registros de acidentes graves desde o início das operações.
Na cidade canadense, não há pessoas trabalhando dentro dos trens e nos terminais. O passageiro tem à disposição autoatendimento para comprar o bilhete e toda a comunicação é feita do mesmo centro de controle que opera o metrô. Dentro dos veículos, no lugar onde ficaria o maquinista, há um assento para os passageiros. Atualmente, 674 quilômetros de linhas de trens são operadas por veículos sem condutores no mundo. Esse número deve aumentar para 1.888 até 2025.
*O jornalista viajou a Vancouver a convite da Thales Group