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Os aumentos das passagens de ônibus em diversas cidades brasileiras - em São Paulo, de R$ 3 para R$ 3,50 e, no Rio, R$ 3 para R$ 3,40 - deixam apreensivos usuários de ônibus na Capital: no início deste ano, Porto Alegre terá reajuste parecido?
O prefeito José Fortunati nega, e garante: ao contrário de outras capitais, o valor da tarifa, hoje em R$ 2,95, não está represado por reduções ocorridas nos últimos anos, sob pressão dos protestos de rua de junho de 2013.
- Nós não congelamos a tarifa. Então tenho a tranquilidade de afirmar que não será um aumento nos patamares de São Paulo, do Rio, de Curitiba, de Campinas, que é outra cidade que chegou a reajustar a passagem em 15%: em 2014, já demos o reajuste de acordo com a planilha de custos, então teremos um reajuste normal, que a planilha apontar - argumentou Fortunati, nesta terça-feira.
No dia anterior, os rodoviários oficializaram um pedido de reajuste salarial de 11,5%. Os salários fazem parte da planilha de custos das empresas de transporte - representam quase a metade do preço da passagem. O prefeito ressaltou que os rodoviários do município têm o segundo maior salário do país, enquanto o dos cobradores é o primeiro.
Estudo das empresas defende que tarifa está represada em 15% em Porto Alegre
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) realizou um estudo que mostra que a passagem de ônibus de Porto Alegre poderia estar em R$ 3,39, não fossem os protestos de junho de 2013 e os reflexos políticos que forçaram administrações municipais a não conceder aumentos de tarifa e cortar impostos para reduzir o valor. A defasagem em Porto Alegre chegaria a 15%, conforme a NTU. Na média brasileira, os municípios contabilizam 12,8% de defasagem - sem contar outro 1% do recente aumento do óleo diesel.
As empresas de ônibus de Porto Alegre têm se agarrado ao argumento de que o valor da passagem está defasado há dois reajustes, em 2013 e 2014, para explicar por que não há renovação da frota e defender que a situação financeira do setor é crítica. A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) tem um processo contra a prefeitura por "insuficiência tarifária" referente a 2013, afirma o gerente-executivo da ATP, Luiz Mário Magalhães Sá:
- Permanecemos um ano com esse prejuízo. E, em 2014, a prefeitura alterou a metodologia de cálculo e, no nosso entender, também cometendo alguns equívocos. Mas, como houve aquelas duas tentativas de licitação, nós não contestamos essa tarifa de 2014, embora ela esteja defasada.
Um ano de discussões sobre o transporte coletivo de Porto Alegre
*Zero Hora