O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) agendou nova reunião de mediação entre grevistas e empresários, nesta quinta-feira (06), às 15h. Nesta quarta-feira (04), quando a greve completou 10 dias, não houve avanço nas negociações para encerrar a paralisação. Até aqui, as posições seguem polarizadas: de um lado, o Sindicato das Empresas de Ônibus (Seopa) alega que só volta a discutir as reivindicações quando os rodoviários cumprirem a decisão judicial que determina 70% da frota em circulação nos horários de pico. Já no extremo oposto, grevistas colocam a redução da jornada de trabalho para seis horas diárias como condição para encerrar a paralisação.
Em despacho assinado na tarde desta quarta-feira, a desembargadora Ana Luiza Kruse indeferiu novamente os pedidos para que o TRT ordene atuação policial em frente às garagens. A solicitação havia sido feita pelo município e pelo Seopa.
“Por certo, a circulação dos veículos deve ocorrer com segurança e os piquetes não podem obstruir o livre acesso às empresas ou agir com violência e, assim, como se reconhece o direito de greve, deve ser reconhecido e facultado o direito ao trabalho. Contudo, não cabe a este juízo orientar ou disciplinar a circulação de ônibus ou atuação dos piquetes, razão pela qual indefiro o pedido de intervenção policial”, afirmou a magistrada no texto da decisão.
A guerra de nervos entre grevistas e empresas ganha novos elementos. Além do corte no ponto, o plano de saúde dos trabalhadores está suspenso. O Seopa afirma que os atendimentos para funcionários e familiares deixou de ocorrer porque o contrato encerrou em 31 de janeiro e não houve acerto sobre a renovação, já que as empresas pretendem cobrar contrapartida dos beneficiários. A retomada do plano de saúde só irá ocorrer quando houver acordo sobre o assunto, que é um dos pontos de discórdia nas negociações.
Nesta manhã, piquetes voltaram a impedir ônibus de circularem e, aqueles que foram às ruas, acabaram apedrejados. Apesar da Brigada Militar acompanhar a movimentação nas garagens, a ordem do Palácio Piratini é evitar confrontos e não forçar a desobstrução das saídas dos coletivos.
Greve dos rodoviários
A paralisação da categoria teve início no dia 27 de janeiro, com a manutenção de 30% da frota em circulação. No segundo dia de greve, os rodoviários decidiram pela paralisação total das atividades após a Justiça determinar que pelo menos 70% da frota circulasse nos horários de pico. Na quinta-feira, algumas empresas voltaram a colocar ônibus nas ruas, mas na sexta os sindicalistas descumpriram novo acordo com a Justiça e houve greve geral.
A prefeitura entrou com ação judicial pedindo apoio da Brigada Militar para garantir a saída dos ônibus das garagens e chegou a cogitar a utilização da Força Nacional de Segurança para resolver o impasse. No fim da tarde de sexta-feira, os rodoviários decidiram, em nova assembleia, manter a paralisação geral. No sábado, o prefeito José Fortunati anunciou o uso de vans escolares no transporte de passageiros na Capital. Uma nova proposta foi acordadaentre empresários e rodoviários na segunda-feira. O acordo, porém, foi rejeitado pela assembleia da categoria.