Pelo menos 40 cobradores serão demitidos por justa causa na na Companhia Carris, em Porto Alegre, nesta segunda-feira (25). A direção da empresa alega que cobradores estavam fraudando o sistema de bilhetagem eletrônica, utilizando cartões TRI de terceiros e embolsando tarifas pagas em dinheiro pelos usuários. A fraude foi detectada por meio de cruzamento de dados no sistema de bilhetagem eletrônica, em investigação iniciada em março. As demissões ocorrem desde a manhã de hoje e outros trabalhadores devem ser desligados das funções até o fim do dia.
A Carris garante que as demissões não vão afetar a circulação dos coletivos, já que foram planejadas reposições. A fraude é enquadrada como improbidade administrativa e o departamento jurídico da Carris moverá ações judiciais cobrando o ressarcimento dos valores. O prejuízo total ainda não foi estimado, mas alguns funcionários conseguiam desviar cerca de R$ 2 mil por mês, segundo apurou a empresa. O caso será levado ao conhecimento do Tribunal de Contas, Ministério Público e Polícia Civil. "Vamos mover ações pedindo o ressarcimento aos cofres da companhia", afirmou o presidente da Carris, Sérgio Zimmermann. Segundo ele, cerca de 90 cobradores foram investigados, mas em 40 casos houve provas suficientes do esquema de fraude.
O Sindicato dos Rodoviários acompanha a situação e alega que não teve acesso às provas reunidas pela Carris e, portanto, não tem como avaliar a procedência das acusações. "Todos eles negam. Nos disseram que foi falha no sistema. Vamos recorrer ao Ministério Público do Trabalho, já que a Carris nos disse que as demissões são irreversíveis", afirmou o diretor-geral do sindicato, Jarbas Franco. Até o final da tarde, 29 dos 40 cobradores já haviam sido desligados da empresa.