Em tempos de redes sociais, escritores consagrados, aspirantes e até mesmo pessoas comuns usam a rede para se expressar literariamente. A tendência, que indica os minicontos como uma forma de literatura contemporânea a partir da web, também é assunto na Feira. Hoje, às 17h, a jornalista e escritora Laís Chaffe ministra a palestra "A Era das Formas Breves: Minicontos em Tempos de Web":
- A forma foi nomeada recentemente, mas há minicontos até na Bíblia. E começou a fazer sucesso porque tem tudo a ver com a web.
Características da internet, como a pressa e a dificuldade de reter a atenção, também ajudam a popularizar o formato, que ainda oferece a vantagem de ser fácil de ler em dispositivos móveis.
- É preciso ser conciso e usar as palavras certas para passar a mensagem, e isso não é fácil - afirma Laís.
Um dos nomes mais conhecidos dos minicontos no Twitter, o escritor Fabrício Carpinejar vê o microblog como um laboratório para trabalhar com o mínimo.
- O Twitter é uma escola do improviso. É um ambiente de persuasão, de liberdade, é possível escrever sem parar - define.
Miguel Sanches Neto valoriza o Twitter como espaço de publicação em diálogo com o leitor. Para o escritor, as redes potencializaram e democratizaram a literatura, mas a permanência ainda dependeria do formato livro:
- Escrevo de forma autoral no Twitter pensando numa futura publicação em livro. É a lógica da crônica do jornal.
Na palestra, Laís apresentará o que se pode encontrar de minicontos tanto na web quanto fora dela:
- Quanto mais espaços, cria-se em maior quantidade e há mais chance de que bons textos venham à tona. A qualidade não depende do suporte.