O ex-presidente da República Jair Bolsonaro disse na manhã desta sexta-feira (6), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que o comandante do Exército, general Freire Gomes, conversou com ele sobre possibilidade de GLO e estados de defesa e sítio. Ele também afirmou não ter envolvimento em tentativa de golpe em 2022 e que é perseguido pela Justiça.
— Se você ver o inquérito, em nenhum momento eles (comandante do Exército e da Aeronáutica) falam a palavra golpe. Quem fala golpe é a Polícia Federal. O que o comandante diz é o seguinte, que foram conversados hipóteses sobre (estados de) sítio, defesa e GLO (missão de Garantia da Lei e da Ordem). É isso que ele fala — explica o ex-presidente.
Em relatório de 884 páginas divulgado em novembro, a Polícia Federal (PF) apontou o ex-presidente como o mentor da empreitada golpista. Para a PF, Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito”.
— Uma perseguição sem tamanho, eu não acredito em golpe, da minha parte zero, e nem por parte da acusação que cai sobre esses militares — disse.
Bolsonaro também criticou a atuação da Polícia Federal e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
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— São inquéritos que são conduzidos, que são manipulados, prisões arbitrárias, delações premiadas sem fim. Toda hora reconvocado pelo Alexandre de Moraes para acertar a questão da delação premiada, prisões buscando delação em cima disso.
O ex-presidente também disse não há nada de concreto sobre o inquérito e que Polícia Federal, segundo ele, está agindo de forma mentirosa:
— A Polícia Federal está mentindo descaradamente, é uma vergonha.
Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas são indiciadas no inquérito que investiga um suposto movimento golpista no país que tinha como objetivo evitar a posse do presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva. Os crimes apontados são abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
