Neta de Leonel Brizola, a ex-deputada Juliana Brizola diz que a família não se opõe a admitir o parentesco com a mulher que afirma ser filha do ex-governador, desde que o vínculo seja devidamente reconhecido pela Justiça. O caso, revelado publicamente na semana passada pelo jornal Folha de S. Paulo, já era de conhecimento dos familiares de Brizola.
Conforme a reportagem do jornal paulista, a esteticista ortomolecular Giselda Topper, de 69 anos, possui um exame de DNA que aponta 99,99% de chances de ser filha do político, falecido em 2004. Giselda ingressou na Justiça em 2005 solicitando o reconhecimento da paternidade, mas o pedido foi negado.
— Logo depois que meu avô faleceu, em 2004, essa senhora apareceu. Ela entrou com o processo e meu pai e meus dois tios, que hoje não estão mais vivos, deram material para fazer o exame. Pelo que me lembro, não deu a probabilidade que tem que dar para dizer que é parente — recorda Juliana.
O teste apresentado por Giselda menciona amostras de dois dos filhos de Brizola, João Otávio e Neusa Maria. Juliana conta que seu pai, José Vicente, também forneceu material para ser examinado, o que reforça a hipótese de que mais de um teste tenha sido feito na época.
À Folha, Giselda relatou que, na ocasião, dois peritos declararam que os resultados dos testes foram inconclusivos.
A ex-deputada diz que a família do ex-governador está "à disposição" para a realização de novos exames, desde que isso seja determinado pela Justiça:
— Ninguém da família se opõe a reconhecer a paternidade, se é que meu avô é pai. Só pretendo proteger a memória de minha avó. E também fico me perguntando porque ela apareceu só depois que meu avô faleceu.
Giselda nasceu quando Brizola já era casado com Neusa Goulart, em 1954. A mãe dela, Alma Topper, teria trabalhado para a família do político.
— Tenho certeza de que ele (Brizola) nunca soube disso. Se soubesse que tinha uma filha, ele teria reconhecido. Era um homem extremamente humano — afirma Juliana.
A neta de Brizola relata ainda que Giselda chegou a pedir a exumação do corpo de Brizola, o que foi rejeitado pela Justiça do Rio Grande do Sul. Quando Juliana era deputada, um oficial de Justiça chegou a ingressar no plenário da Assembleia para tratar com ela a respeito desse processo.