Após 16 anos do início das obras, o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), agora renomeado Complexo de Energias Boaventura, teve sua primeira unidade fabril inaugurada na última sexta-feira (13), em Itaboraí (RJ).
A cerimônia teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo informações do portal g1, o antigo Comperj era símbolo da operação Lava-Jato, que investigou esquemas de corrupção na Petrobras.
O projeto foi concebido em 2006, no primeiro mandato do governo Lula, mas sofreu uma série de alterações desde a sua concepção, conforme relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).
Quando as obras foram iniciadas em 2008, no segundo mandato de Lula, o Comperj tinha previsão para entrar em operação em 2012. O complexo chegou a ser um dos símbolos da corrupção que originou a Operação Lava-Jato na Petrobras, em 2014.
A Lava-Jato investigou indícios de sobrepreço nas obras do Comperj por atuação de cartel, que teria incentivado a ampliação do escopo do projeto. Até o cancelamento das obras, em 2015, os custos quadruplicaram, segundo informações do Jornal Nacional.
Em 2017, a Corte de Contas apontou prejuízo de US$ 12,5 bilhões nas obras do Comperj.
Em vez do empreendimento petroquímico originalmente planejado, o Complexo de Energias Boaventura foi inaugurado na sexta-feira com apenas uma de suas estruturas em funcionamento: a unidade de processamento de gás natural, que vai receber o insumo do pré-sal por meio do gasoduto Rota 3, da Bacia de Santos. Terá capacidade de processar 21 milhões de metros cúbicos por dia.
O Complexo de Energias Boaventura será a maior unidade de processamento de gás natural do país. A previsão é que entre em operação comercial em outubro.
A Petrobras ainda pretende usar a área do antigo Comperj para construir duas usinas termelétricas e unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes.
Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, as obras de finalização do Complexo de Energias Boaventura e de ampliação da Refinaria de Duque de Caxias devem receber investimento de R$ 20 bilhões.
Ainda conforme Chambriard, as obras do Boaventura podem gerar até 10 mil empregos diretos e indiretos. Depois de concluídas, serão outros 3 mil empregos permanentes na unidade.