Como a coluna informou, a Petrobras assinou 26 contratos de concessão na Bacia de Pelotas, resultado do do 4º Ciclo de Licitações da Oferta Permanente.
Demorou, mas companhia respondeu à consulta da coluna sobre como pretende encaminhar o trabalho de exploração.
Conforme a Petrobras, a bacia que inclui o litoral sul do Estado é caracterizada como "fronteira exploratória", ou seja, área sobre a qual ainda há escassez de dados. A companhia afirma que falta "aquisição de dados" e "estudos de diversas naturezas" para definir a estratégia.
Como a própria Petrobras menciona "aquisição de dados", é provável que o faça com a Shearwater, que anunciou já ter começado a busca de informações, ou a TGS, que pretende ir a campo no início de 2025.
Segundo a companhia, a fase exploratória será concluída em até sete anos a partir da assinatura do contrato de concessão. Caso chegue a perfurar poços, os dados obtidos ajudarão a identificar possíveis acumulações de petróleo e/ou gás natural no local, somados a estudos de geologia e geofísica.
Se os resultados forem promissores, os consórcios vão definir se é comercialmente viável. Em caso positivo, poderão fazer a "declaração de comercialidade", concluindo a fase exploratória. O prazo depende do avanço das atividades necessárias para permitir a constatação.
A partir da declaração de comercialidade, o que era bloco - ou blocos - passa a ser um campo de petróleo, entrando na fase de produção. O contrato de concessão prevê prazo de 27 anos para extrair os produtos (óleo ou gás) descobertos.
A Petrobras destaca que essa atuação está alinhada à estratégia de diversificar portfólio (depender menos do pré-sal) e fortalecer a empresa como principal operadora em águas profundas e ultraprofundas. Tudo isso significa recompor as reservas da companhia para o futuro.
Outros três blocos na Bacia de Pelotas adquiridos em dezembro terão contratos assinados mais tarde, conforme calendário da ANP, reitera a Petrobras.
Entenda quem vai explorar petróleo da Bacia de Pelotas
Petrobras em consórcio com Shell (30%): 26 blocos distribuídos do litoral de Santa Catarina (SC) ao sul do RS.
Chevron: 15 blocos, todos situados no litoral sul do RS, com investimento mínimo previsto de R$ 713 milhões.
Petrobras em consórcio com Shell Brasil (30%) e a chinesa CNOOC (20%): três blocos entre SC e RS. A soma do investimento mínimo previsto nos 29 blocos com participação da Petrobras é de R$ 837 milhões.