Na apuração sobre a exploração de petróleo no litoral gaúcho, surgiu uma informação "antiga" para o segmento, mas nova para a coluna e seus leitores.
A empresa Shearwater informou ao mercado petrolífero, em junho passado, que já começou pesquisa sísmica 3D na Bacia de Pelotas (veja aqui o comunicado em inglês, traduzido no final deste texto). Isso significa que, em tese, já teve início a busca de petróleo no litoral gaúcho.
É importante observar que o início do trabalho não necessariamente significa ter um navio no território. A coluna pediu complementos à empresa, mas até por desafiar um pouco o que tem publicado — será preciso esperar muito tempo para ver alguma movimentação —, é importante registrar.
A sísmica 3D é um exame sofisticado do subsolo marinho, comparável a uma ultrassonografia, só desenvolvido quando há fortes indícios de existência de óleo ou gás. Na nota, a Shearwater afirma que se trata de uma espécie de extensão do realizado na Bacia de Orange, na Namíbia.
A companhia é uma prestadora de serviços a petroleiras com sede em Bergen, na Noruega. Define-se como um "negócio global de geociência marinha e tecnologia". Na nota que informa sobre o trabalho na Bacia de Pelotas, cita "clientes" sem especificar, porque essa é uma informação que costuma ser sigilosa no segmento.
Pode ser apenas coincidência, mas a Shearwater já desenvolveu trabalho para a Petrobras. E a Chevron, outra habilitada a prospectar o "petróleo gaúcho", comprou no início deste ano uma participação de 80% da estatal de petróleo da Namíbia em uma área da Bacia da Orange (veja o registro aqui, em inglês). Assim que receber os complementos solicitados, a coluna voltará a informar.
A tradução da nota da Shearwater
Shearwater expande sua cobertura multi-cliente, anuncia o começo do 3D na Bacia de Pelotas, Brasil
O estudo em 3D da Bacia de Pelotas está se somando aos dados existentes da companhia na bacia conjugada de Orange, na Namíbia, e é uma continuação da cooperação com o parceiro de joint venture Searcher Seismic. A Bacia de Pelotas atraiu interesse significativo no recente 4º Ciclo da rodada de licitações de área aberta e o projeto é apoiado por financiamento da indústria. A fase inicial do 3D da Bacia de Pelotas terá 3.800 km2, com ampliação prevista. Os parceiros da joint venture já adquiriram com sucesso mais de 12.500 quilômetros quadrados na altamente prolífica Bacia de Orange, com apoio significativo da indústria de vários clientes. Os clientes agora estão se beneficiando dos dados acelerados de alta qualidade da Shearwater à medida que as oportunidades de farm-in (negociação na qual uma empresa que não arrematou blocos adquire participação de outra que obteve sucesso no leilão) são avaliadas e as campanhas de perfuração continuam. Os produtos finais dos quatro projetos adjacentes na Bacia de Orange serão entregues após a conclusão do processamento ao longo de 2024.