Uma investigação interna da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) concluiu que o general Mauro Lourena Cid — pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro — utilizou o escritório da agência em Miami, nos Estados Unidos, para negociar joias do acervo da Presidência da República. As informações são da CNN.
O militar chefiou o escritório da agência em Miami entre 2019 a 2022, durante a gestão de Bolsonaro (PL).
Conforme a investigação da Apex, a foto em que o general aparece no reflexo de uma escultura de palmeira foi feita dentro do escritório de Miami e com celular corporativo.
Segundo relatos à comissão da agência que investigou o caso, Lourena Cid resistia em entregar o notebook e celular coporativos, mesmo após deixar o cargo. Os equipamentos foram devolvidos em 17 de janeiro e 7 de fevereiro, respectativamente.
O relatório da Apex será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Polícia Federal (PF) para a análise de possíveis crimes.
Segundo a Apex, “novas providências poderão ser tomadas após a continuidade do processo de apuração e responsabilização, inclusive o desligamento de colaboradores”.
A CNN entrou em contato com a defesa do general sobre a apuração da Apex, mas até a publicação desta reportagem não havia recebido resposta.
Caso das joias
A Polícia Federal (PF) concluiu em investigação que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve participação no desvio ou na tentativa de desvio de bens que somam US$ 1.227.725,12, o equivalente a R$ 6,8 milhões. Tratam-se de esculturas, joias e relógios, recebidos de países estrangeiros em razão de sua condição de mandatário do Brasil.
A cifra foi calculada pela Polícia Federal em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como referência a cotação de venda do dólar no início deste mês.
A PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias. Além dele, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outras 10 pessoas foram responsabilizadas. Bolsonaro foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O ex-presidente sempre negou irregularidades.