O reflexo do general Mauro Cesar Lourena Cid na foto usada nas negociações da caixa de uma escultura que Jair Bolsonaro (PL) ganhou de presente, em uma agenda oficial, serviu de prova para a Operação Lucas 12:2, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (11). O general é pai ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que teria recebido as imagens para negociar a venda do item.
Dentro da caixa na qual aparece o reflexo do general, havia uma escultura de um coqueiro de ouro. Conforme a PF, Lourena Cid enviou as fotos para o filho e pediu orientações de onde levar o objeto para que o valor fosse avaliado.
A troca de mensagens entre os dois, que consta na investigação, mostra que eles pretendiam vender a escultura.
De acordo com a apuração, Bolsonaro ganhou a escultura no dia 16 de novembro de 2022, na cerimônia de encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, no Reino do Bahrein, nos Emirados Árabes. Há uma imagem, nos autos, do ex-presidente recebendo em mãos o artefato.
Diante dessas novas provas, a PF suspeita de que o próprio Bolsonaro tenha agido para viabilizar a venda de presentes que ele recebeu em agendas oficiais. Na semana passada, documentos recebidos pela CPI do 8 de Janeiro mostraram que Mauro Cid tentou vender um relógio da marca Rolex com características similares às do que Bolsonaro ganhou de presente dos Emirados Árabes em 2019.