O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), demonstrou novamente, nesta quarta-feira (17), sua insatisfação ao Palácio do Planalto ao dizer a líderes da Casa que pretende destravar cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Objetivo de Lira com essa atitude é mostrar que a articulação política do Planalto precisa “cumprir acordos”, se quiser ter votos no plenário. As informações são do Estadão.
Em conversa com líderes da Câmara, Lira também reclamou da equipe econômica do governo em atrasar o envio dos projetos de lei complementar da reforma tributária.
— Vocês acham que sou eu que tenho de organizar a base? — teria perguntado o presidente da Câmara.
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que crises com Lira são “sazonais” e que nenhum parlamentar acredita que cinco CPIs simultâneas vão funcionar na Casa, tendo em vista as obrigações de um ano eleitoral.
Desgaste com governo
Maiores desafetos de Lira com governo Lula ficaram latentes após o presidente da Câmara chamar o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “incompetente” e “desafeto pessoal”, na semana passada. Na sequência, o presidente Lula rebateu a afirmação, dizendo que "só de teimosia" Padilha continuaria por "muito tempo neste ministério".
Lira quer fazer um sucessor na Câmara, em fevereiro de 2025. O seu pré-candidato favorito é o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil. No entanto, a campanha enfrenta dificuldades. Com atritos como governo, Lira busca apoio da oposição.
Conversa com Moraes
Ainda nesta quarta, Lira se reuniu com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na visita, que não estava marcada, Lira disse a Moraes que não tem intenção de alimentar um confronto com o Supremo ou de instalar a CPI que propõe investigar abuso de autoridade e censura por parte da Corte do TSE.