Os eleitores de São Francisco de Assis vão às urnas, neste domingo (28), para decidir quem vai governar o município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul até o final do ano. A eleição é necessária porque, em 5 de março, o prefeito, o vice e o presidente da Câmara foram cassados por compra de votos.
Duas chapas concorrem à prefeitura. Uma delas é encabeçada pelo próprio prefeito cassado, Paulo Renato Cortellini (MDB), que não foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
- PP: Ademar Antônio Dal Rosso Frescura (prefeito) e Jorge Ernani da Silva Cruz (vice)
- MDB/PDT: Paulo Renato Cortelini (prefeito) e Antônio Ebertom Luiz dos Santos (vice)
Desde a cassação, o município de 17,6 mil habitantes teve três prefeitos interinos. Atualmente, o vereador Ancelmo Olin (PDT) atua no Executivo. Ele assumiu o cargo no início de abril, após o prefeito interino anterior, Miguel Lamberty (MDB), renunciar ao cargo para poder concorrer nas eleições de outubro.
Lamberty ficou na prefeitura por menos de um mês. Antes disso, o vereador Franklin "Buiú" Pereira (PDT) assumiu a prefeitura, entre a cassação do antigo titular e a eleição de Lamberty.
Em outubro, todos os municípios do Brasil realizam eleições municipais. Os eleitos no pleito regular vão governar São Francisco de Assis no período entre 2025 e 2028.
Entenda o caso
Paulo Renato Cortelini (MDB), que ocupava o cargo de prefeito, o vice Jeremias Oliveira (PDT) e o vereador Vasco Carvalho (MDB), então presidente da Câmara, foram cassados por compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2020.
Segundo o Ministério Público, o candidato a vereador Vasco Carvalho teria negociado a entrega de cestas básicas a pedido dos candidatos Cortelini e Oliveira.
Os investigadores indicaram provas de que Oliveira teria pago empresários e custeado combustível para eleitores em troca de votos. A denúncia ainda afirma que os políticos teriam prometido manutenções em diferentes regiões da cidade em troca de votos.
Paulo Renato Cortelini teve o diploma cassado, mas não foi declarado inelegível. Na época da condenação, o político disse lamentar a decisão do TSE e que iria recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Jeremias Oliveira teve o diploma cassado e foi declarado inelegível por oito anos. Ele afirmou que não houve compra de votos nas eleições. Já Vasco Carvalho, que também teve o diploma cassado e foi declarado inelegível, sustentou que houve uma armação dos partidos adversários e que iria buscar a nulidade do processo.