Com sete congressistas no Senado, o Podemos lançou, no sábado (9), em São Paulo, a candidatura da senadora Soraya Thronicke (MS) à corrida pela presidência da Casa, marcada para fevereiro de 2025.
— Eu aceitei, de novo, um desafio que o partido me pediu. Foi um convite e a (presidente do Podemos) Renata Abreu me lançou na semana da mulher. E estou feliz, honrada e agradecida — disse Soraya. — É um momento propício. Hoje as mulheres têm uma parca representação no Senado. Hoje somos 15 com a entrada dessas suplentes, mas na Mesa Diretora, na vice-presidência, não somos representadas. A gente precisa se colocar — defendeu.
A parlamentar disputará contra o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que despontou nos bastidores como primeiro candidato e tenta se consolidar como favorito, com o apoio do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Soraya defendeu a alternância na presidência da Casa e negou que tenha se precipitado em lançar seu nome quase um ano antes da disputa.
— A gente sabe que tem gente trabalhando há meses nos bastidores em candidaturas que nem sequer foram lançadas oficialmente. Como sou a primeira a me lançar, eu vou ser a primeira a conversar com todo mundo. Os partidos ainda não se definiram, (mas) o meu partido se antecipou e eu vou ter tempo para conversar — disse.
Durante o anúncio da candidatura da senadora, a presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu, criticou forças políticas "que há muito tempo dominam o Senado".
— Porque a gente não vai abaixar a cabeça para senador nenhum. Porque a gente não vai sofrer pressão de governo nenhum, porque a gente não deve nada a ninguém — disse, sem citar Alcolumbre.
Um dos principais desafios para Alcolumbre se consolidar como o principal candidato à presidência do Senado é aproximar-se dos outros dois relevantes atores na Casa: o MDB e o PL. Os emedebistas ainda tentam retomar o protagonismo histórico que já tiveram no Senado, e a oposição ainda não definiu se deve lançar um candidato próprio.
Alcolumbre comandou o Senado de 2019 a 2021 e fez de Pacheco seu sucessor. À época, os dois eram do mesmo partido, o Democratas. A sigla se fundiu com o PSL em 2022. Antes disso, porém, Pacheco já havia deixado a legenda para se filiar ao PSD e foi cotado como presidenciável pelo partido de Gilberto Kassab.