O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Mesmo após eleger o presidente da República em 2022, ampliar a bancada na Câmara Federal e viver um período de recuperação pós Lava-Jato, o PT será coadjuvante em parte das metrópoles brasileiras na eleição municipal. Das 10 capitais mais populosas do país, o partido bateu o martelo em torno de candidaturas próprias em apenas três. Em cinco, tende a apoiar aliados, enquanto em outras duas ainda há indefinição.
Uma das capitais em que o PT terá candidatura própria é Porto Alegre, com o lançamento da deputada federal Maria do Rosário. As outras duas são Goiânia, com Adriana Accorsi, e Fortaleza, onde cinco nomes disputam a indicação.
A ausência de protagonismo em outros colégios relevantes tende a beneficiar a candidatura de Maria do Rosário, seja na destinação de recursos, seja na atenção dos líderes nacionais do partido, avaliam articulares da chapa da deputada. A presença do presidente Lula em Porto Alegre durante a campanha, por exemplo, é dada como certa.
Presidente do PT municipal, a deputada estadual Laura Sito diz que a eleição da Capital é tratada como estratégica pela direção nacional em razão da vitória de Lula na cidade em 2022 e de pesquisas que mostram a eleição na Capital em aberto. Hoje, os petistas apostam na disputa de segundo turno contra o prefeito Sebastião Melo (MDB).
— A recuperação de um território como a capital do RS é central para nosso projeto, no contexto da disputa nacional e também da disputa estadual —diz Laura.
Em 2020, o PT teve candidatos em nove das 10 maiores capitais — a exceção foi justamente Porto Alegre, onde apoiou Manuela D'Ávila (PCdoB).
Neste ano, nos dois maiores colégios eleitorais do país, os petistas vão apoiar aliados, indicando os vices nas chapas de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo e Eduardo Paes (PSD) no Rio. A legenda também se encaminha para ceder a cabeça de chapa a Geraldo Júnior (MDB) em Salvador e Luciano Ducci (PSB) em Curitiba, e apoiar a reeleição de João Campos (PSB) em Recife.
O partido ainda está definindo estratégias em Manaus e em Belo Horizonte. Na capital mineira, lançou o deputado federal Rogério Correia, mas há chances de que o comando nacional decida pelo apoio à reeleição de Fuad Noman (PSD).
Aliás
Apesar da aproximação do PSB com o PDT, que lançará candidatura própria em Porto Alegre, o PT não perdeu as esperanças de atrair os socialistas para sua coligação. O plano é tentar emplacar uma negociação envolvendo as direções nacionais dos dois partidos.