O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Pela primeira vez desde a sua fundação, o PSOL não terá candidato próprio à prefeitura de Porto Alegre. No próximo sábado (2), em reunião do diretório municipal, os socialistas abrirão mão formalmente da pré-candidatura da deputada Luciana Genro, indicando a servidora pública Tamyres Filgueira como vice da deputada Maria do Rosário (PT).
O gesto de unidade é costurado pelas direções de PT e PSOL desde o fim de 2023. Segundo Luciana, pesou para a decisão o fato de que os partidos avançaram na construção conjunta de um programa de governo para Porto Alegre. As legendas já concordaram em encomendar estudos para reverter a privatização da Carris e propor a tarifa zero no transporte público.
— Nossa prioridade sempre foi unificar para termos a possibilidade de derrotar o (Sebastião) Melo e construir um programa comum. Estamos caminhando bem — avalia Luciana, que preside o PSOL no Estado.
A aliança entre as federações PT-PCdoB-PV e PSOL-Rede repete a parceria da eleição de 2022, quando Edegar Pretto (PT) concorreu a governador com Pedro Ruas (PSOL) de vice. Perguntada se o acordo será mantido nas eleições gerais de 2026, Luciana citou a manifestação pró-Bolsonaro realizada na Avenida Paulista, no domingo (25), e observou que a conjuntura política exige a união de partidos de esquerda.
— Ficou evidente o que já sabíamos, a extrema-direita segue viva e atuante. Essa conjuntura nos impõe a unidade das esquerdas, para impedir que retornem ao governo nacional. Derrotar o Melo é parte do processo de derrotar a extrema-direita — analisou.