Um ano após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, todas as instalações danificadas foram reformadas e estão em pleno funcionamento. No prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), o plenário da Corte, principal alvo dos golpistas, foi reformado em tempo recorde e inaugurado menos de um mês após a depredação, em 1° de fevereiro de 2023, quando os ministros realizaram uma sessão solene para celebrar a retomada dos trabalhos, que não foram interrompidos no recesso de janeiro do ano passado.
Os demais setores do tribunal foram entregues nos meses seguintes.
Ao ingressarem no Supremo, os vândalos passaram a quebrar janelas, obras de arte, uma réplica da Constituição de 1988, poltronas, câmeras de vigilância e de transmissão da TV Justiça, as cadeiras dos ministros, além de depredarem o sistema elétrico e iniciarem um princípio do incêndio.
Foi constatado que 951 itens foram furtados, quebrados ou complemente destruídos, totalizando R$ 8,6 milhões. Os gastos com a reconstrução do plenário, incluindo troca de carpetes, cortinas e outros itens, somaram mais R$ 3,4 milhões.
O prejuízo total será cobrado solidariamente dos golpistas que são investigados pela depredação. Conforme relatório atualizado pelo Supremo, o prejuízo causado pela depredação chega a R$ 12 milhões.
Confira os prejuízos dos atos golpistas no STF:
Prejuízo total de R$ 12 milhões
- R$ 8,6 milhões — 951 itens furtados, quebrados ou destruídos;
- R$ 3,4 milhões — Reforma do Plenário.
120 itens restaurados
- Quatro telas do fotógrafo Sebastião Salgado;
- 50 itens de mobiliário (cadeiras, mesas e móvel expositor da Constituição original);
- 22 esculturas (Estátua da Justiça, crucifixo do plenário, bustos de bronze e estatuetas);
- 21 telas de tapeçarias;
- 19 objetos (lustres, vasos e um brasão da República);
- Quatro galerias de retratos de ministros e ex-ministros.
Perda total
106 móveis e esculturas de valor histórico imensurável que não puderam ser restaurados oi não foram encontrados.
Relembre o caso
O dia 8 de janeiro de 2023 ficou marcado na história do Brasil e do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim como as instalações do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, a sede da Corte foi invadida e depredada, fato inédito no tribunal.
A invasão dos prédios públicos no dia 8 de janeiro começou por volta das 15h. Após romperem o cordão de isolamento com poucos policiais militares, os golpistas se dirigiram ao Congresso Nacional e invadiram a sede do Legislativo. Em seguida, outro grupo se dirigiu ao edifício-sede do STF e também não foi contido pelos agentes da Polícia Judiciária, que fazia a proteção das instalações da Corte.
Atuando de forma organizada, os manifestantes entraram simultaneamente pela frente e pela lateral do prédio.
Os golpistas só saíram das dependências do STF após a chegada de tropas do Comando de Operações Táticas (COT), grupo de elite da Polícia Federal (PF). Eles, então, foram retirados com auxílio um veículo blindado (caveirão).
Um ano após os atos golpistas, dos mais de 2 mil detidos durante a invasão, 66 investigados continuam presos pela incitação, financiamento e execução dos atos. Os dados foram levantados pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações. Até o momento, 25 réus foram condenados pelo Supremo. As penas definidas variam de 10 a 17 anos de prisão em regime inicial fechado.
Um ano depois
Nesta segunda-feira (8), às 15h, ocorre um ato em defesa da Democracia, no Salão Negro do Congresso Nacional. O ato contará com a presença dos chefes dos Três Poderes: o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do STF, Luís Roberto Barroso; e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.