Durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nesta quarta-feira (13), o indicado ao Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, foi questionado sobre a atuação do governo federal nos atos golpistas de 8 de janeiro. Dino, que é ministro da Justiça, afirmou que o governo fez tudo que a lei permitia para dar resposta aos ataques antidemocráticos e afirmou se orgulhar de seu trabalho naquele momento.
— Não houve inação. Pelo contrário, me orgulho muito daquelas 12 horas em que, inicialmente de modo solitário, ali agi. Foram 12 horas bastante intensas em que tomei as decisões possíveis, embasadas sempre na lei — afirmou em resposta ao senador Esperidião Amin (PP-SC).
Amin também questionou Dino sobre dezenas de mensagens que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria enviado, antes dos atos golpistas, alertando para o risco das ações. O ministro disse que não recebeu as mensagens porque, como o governo tinha apenas alguns dias de duração àquela altura, as pessoas que estavam na equipe não foram indicadas por ele e não o repassaram as informações.
Questionado novamente sobre as imagens das câmeras de segurança cujo acesso teria sido negado pelo Ministério da Justiça, Dino alegou que todos vídeos disponíveis e relevantes foram disponibilizados:
— Eu lembro que o Ministério da Justiça não foi invadido. As câmeras funcionam por movimento. Outras tantas foram examinadas e consideradas desnecessárias, porque eram de corredores vazios.
— Não faltam imagens do 8 de janeiro, sobram imagens — acrescentou.
Dino ainda acrescentou que a questão foi judicializada e que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de liminar ajuizado por 16 parlamentares para liberar o conteúdo.