O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (25) que "só Deus sabe" se ele será indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos cotados para a vaga que abre ao final do mês com a aposentadoria da atual presidente da Corte, Rosa Weber.
As declarações do ministro foram feitas durante o programa Reconversa, apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo e pelo advogado Walfrido Warde.
Relembrando um projeto de lei que apresentou em 2009, quando era deputado federal, Dino defendeu mandato de 11 anos para os novos ministros da Corte.
— Pode haver uma escolha desastrosa de um certo presidente, por exemplo, e ela ficará errando por 40 anos. E, eventualmente, se uma escolha for errada, ela terá menos tempo para acabar — declarou Dino.
Lula já concedeu entrevistas fazendo o mesmo tipo de defesa.
Ainda durante a entrevista, Dino elogiou a atuação do STF e defendeu a competência da Corte tanto para os casos envolvendo os atos de 8 de janeiro e quanto para as investigações de ataques aos próprios ministros.
Os manifestantes acusados de depredar as sedes dos três poderes em Brasília começaram a ser investigados no bojo da Justiça Estadual do Distrito Federal (DF), mas o ministro do Supremo Alexandre de Moraes avocou para si a competência dos processos, que estão todos sob análise da Corte.
— Alguns sustentam que é algo arbitrário, mas não é. Você junta os processos por uma razão lógica, que é evitar decisões contraditórias. Haveria não só julgamentos diferentes como contraditórios — disse Dino sobre a possibilidade dos casos ainda estarem na Justiça Comum.