A Polícia Federal (PF) encontrou provas de que as blitze realizadas no dia do segundo turno das eleições de 2022 teriam sido direcionadas contra o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. O material, divulgado inicialmente pelo jornalista Valdo Cruz, do G1, e obtido por GZH, embasou o pedido de prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, ocorrida nesta quarta-feira (9).
Foram apreendidas imagens em celulares de agentes da PRF com mapeamento dos municípios da Região Nordeste onde Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno. Também teriam sido localizadas conversas de uma reunião — entre o primeiro e o segundo turno — em que Vasques teria determinado "policiamento direcionado" nesses locais.
Já a colunista Malu Gaspar, de O Globo, afirma que depoimentos colhidos ao longo da apuração apontam que o ex-chefe da PRF também teria dito, nesse encontro, que a corporação precisava "tomar um lado" em meio ao pleito.
No despacho em que autorizou a prisão de Vasques, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) afirma ter visto conduta "ilícita e gravíssima" na atuação do ex-diretor-geral da PRF, que acabou sendo detido em Santa Catarina no final da manhã desta quarta.