Ao pedir autorização para a operação "Constituição cidadã", deflagrada nesta quarta (9), a Polícia Federal (PF) apresentou à Justiça uma série de indícios de que o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques participou de um esquema coordenado para dificultar o acesso de eleitores nas cidades em que Lula foi mais votado.
A PF encontrou mensagens com listas de municípios em que o petista havia recebido apoio maciço da população no primeiro turno. Além do Nordeste, há cidades mapeadas em Minas Gerais e Goiás.
A coluna teve acesso à íntegra da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a ofensiva. No documento, a PF também argumenta que verificou tentativas de envolvidos no planejamento em apagar provas em aparelhos celulares, além de divergências entre integrantes da PRF sobre a ação determinada por Vasques.
Os investigadores afirmaram ainda que a prisão necessária para evitar "interferência" e "combinação de versões", já percebidas em trocas de mensagens de outros investigados.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou na decisão ver fortes indícios de materialidade e autoria de cinco crimes pelo ex-diretor da PRF, entre eles: abuso de autoridade; prevaricação (quando o agente público atua ou se omite em benefício próprio); e restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos