A Câmara de Vereadores de Canguçu, no sul do Estado, rejeitou o pedido de cassação do vereador Francisco Vilela (Progressistas). A votação do parecer da comissão processante que considerou procedente a denúncia de decoro parlamentar aconteceu na noite desta quarta-feira (30), em sessão extraordinária.
Foram nove votos favoráveis à cassação e seis contrários. Para aprovação do parecer, eram necessários 10 votos. Com o resultado, a comissão foi encerrada.
O fato investigado aconteceu em 5 de junho, durante sessão da Câmara de Vereadores de Canguçu que analisava a troca da nomenclatura do cargo de "auxiliar" para "técnico de enfermagem" na esfera municipal.
Enquanto a sessão estava suspensa, uma fala do vereador, chamando uma servidora de "neguinha p*", vazou na transmissão oficial da Câmara.
A servidora em questão é Eliane Pereira, técnica de enfermagem. Ela estava presente na sessão. A identificação ocorreu após o vereador mencionar o nome do pai da funcionária pública.
Procurado pela reportagem, Vilela preferiu não se manifestar. Por sua vez, a defesa da servidora Eliane, representada pela advogada Cibele Bernardes, afirmou que já aguardava o resultado.
"Respeitamos a decisão e a votação ocorrida na data de hoje (30 de agosto), uma vez que tratou-se de um julgamento político, o qual muitas vezes não traduz um julgamento técnico do fato imputado ao vereador", destacou a defesa por meio de nota. E completou: "Reiteramos que ainda temos pela frente um processo criminal em que será oportunizado um julgamento imparcial atendendo às disposições legais que a lei impõe".
A Polícia Civil indiciou Vilela por injúria racial em julho. No mesmo mês, o Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou o vereador à Justiça de Canguçu.