A Polícia Civil indiciou o vereador Francisco Vilela (PP) de Canguçu, no sul do Estado, pelo crime de injúria racial. A investigação apontou que o parlamentar insultou uma servidora do município em sessão da Câmara de Vereadores.
As palavras teriam sido proferidas em conversa com outro parlamentar e foram captadas no decorrer da transmissão online da sessão, pela TV Câmara Canguçu (assista acima).
A investigação ouviu a vítima, testemunhas e o vereador do PP. A Polícia Civil também analisou a gravação original, feita pela Câmara Municipal, na qual é possível ouvir a fala.
— Além do vídeo, que deixou tudo muito claro, tinha também série de testemunhas, que reafirmaram aquilo que estava na gravação. Por consequência, pela existência de provas, da materialidade e autoria do delito, concluí e decidi pelo indiciamento – explicou o delegado Lauro Marcelo de Souza.
O fato aconteceu em 5 de junho, durante sessão da Câmara de Vereadores de Canguçu, que analisava a troca da nomenclatura do cargo de auxiliar para técnico de enfermagem na esfera municipal. Enquanto a sessão estava suspensa, a fala do vereador vazou na transmissão oficial da Câmara. A vítima é uma técnica de enfermagem, que estava presente no momento da fala.
— O indiciamento pelo delegado de polícia demonstra o entendimento e o convencimento da existência de indícios de autoria e materialidade pelo suspeito do cometimento do crime – afirmou a advogada Cibele Bernardes, que representa a vítima.
Também está em andamento na Câmara de Vereadores de Canguçu uma comissão para investigar uma suposta quebra de decoro parlamentar por parte do vereador. A comissão é presidida pela vereadora Iasmin Roloff (PT). A relatoria é do vereador Oraci Teixeira (PSB).
O Ministério Público ainda não manifestou se vai dar andamento ao processo.
Contraponto
A reportagem de GZH tenta contato com o vereador, mas ainda não obteve retorno.