A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do 8 de Janeiro aprovou nesta terça-feira (20), o requerimento de convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, general Gonçalves Dias, do ex-diretor-adjunto da Agência Brasília de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha e também incluiu de última hora a convocação do coronel Jean Lawand, que, por meio de mensagens, pediu ao ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid para pressionar o ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado para evitar a posse de Lula.
A Polícia Federal (PF) interceptou as trocas de mensagens entre Lawand e Cid no final do ano passado. O coronel pedia ao então ajudante de ordens que orientasse Bolsonaro a ordenar uma ruptura institucional, pois teria respaldo entre militares.
"Cid, pelo amor de Deus, o homem Bolsonaro tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB Exército Brasileiro não está com ele, da divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem", escreveu Lawand em uma das mensagens.
Quanto a Dias, está foi a segunda vez que o pedido de convocação do ex-ministro foi analisado pelo plenário. Na sessão da última terça-feira (13), os parlamentares da base do governo Lula fizeram uma manobra para evitar a presença de aliados do Palácio do Planalto na comissão e convocar apenas as pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dias pediu demissão do governo do Lula após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Os vídeos divulgados pelo Planalto após a crise gerada pela demissão de Gonçalves Dias mostram que o ex-ministro participou das reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para avaliar os prejuízos causados pela depredação. Dias, porém, não relatou ao chefe que esteve presente no prédio no dia 8 de janeiro até que os vídeos viessem à tona.
Inquéritos do STF
Os parlamentares também a aprovaram cinco requerimentos que solicitam o acesso aos inquéritos sigilosos em curso no Supremo Tribuna Federal (STF) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. Os pedidos foram apresentados por parlamentares de oposição ao governo Lula, como os deputados delegado Ramagem (PL-RJ) e Marco Feliciano; e das senadoras Damares Alves (PL-DF) e Augusta Brito.