Após acordar com a Polícia Federal na porta de sua casa e ter o seu celular apreendido na Operação Venire, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou seus advogados para irem imediatamente a Brasília. Os advogados Paulo Cunha Bueno e Frederick Wassef já estão em trânsito.
Os auxiliares jurídicos do ex-presidente preparam uma tese de interferência política, ou seja, vão alegar que a PF fez a operação que prendeu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid para prejudicar Bolsonaro.
A Operação Venire, deflagrada na manhã desta quarta-feira (3), apura a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. A suspeita é de que o secretário de Cultura e Turismo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, tenha falsificado a vacinação contra o coronavírus de Bolsonaro, que diz não ter se imunizado, mas impôs sigilo sobre seu cartão vacinal.
De acordo com a tese dos advogados, a PF teria supostamente atuado após a participação considerada por eles exitosa do ex-presidente na Agrishow, e diante da derrota do governo federal em não conseguir votar o PL das Fake News na Câmara dos Deputados na terça-feira (2).
Segundo essa tese, essas notícias teriam gerado a reação no órgão que responde ao Ministério da Justiça. É o que pretendem alegar os advogados de Bolsonaro, apesar de as investigações em torno de adulterações no cartão de vacinação estarem em andamento há semanas.