O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer, neste domingo (16), que a Ucrânia também é responsável pela decisão de entrar em guerra com a Rússia. O posicionamento foi feito antes de o petista encerrar a visita a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a última escala da viagem que teve como destino principal a China. As informações são do O Globo.
— A construção da guerra será mais fácil que a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. E, agora, nós estamos tentando construir um grupo de países que não tem nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia — disse o presidente.
Lula acrescentou ser necessário conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia sobre o conflito:
— Temos que ter em conta que é preciso conversar também com os Estados Unidos e a União Europeia. Ou seja, nós precisamos convencer as pessoas de que a paz é a melhor coisa para estabelecer qualquer processo de conversação. Do jeito que está a coisa, a paz está muito difícil.
Na manifestação, Lula apoiou o fortalecimento da governança global e defendeu que as negociações para a paz sejam conduzidas por um grupo semelhante ao G20 — que reúne as maiores economias do mundo —, com países neutros na articulação, para que chegue ao fim a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
Sobre esse assunto, Lula disse ter dialogado com o presidente chinês, Xi Jinping, e com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed ben Zayed al Nahyan. Ele também criticou os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que, segundo o petista, não tomam a iniciativa de encerrar a guerra. Os Estados Unidos também foram alvos da manifestação:
— O presidente Putin não toma a iniciativa de parar, o Zelensky não toma a iniciativa de parar. A aeronáutica dos Estados Unidos termina dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra. Nós temos que sentar numa mesa e dizer chega. Vamos conversar porque guerra nunca trouxe ou nunca trará benefícios.