O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou protestos dos parlamentares de extrema direita durante seu pronunciamento na sessão solene em que foi homenageado no parlamento português. Liderado por André Ventura, o partido Chega tem hoje 12 deputados e é a terceira força política portuguesa, com fatia de 7%. O Partido Socialista detém maioria absoluta, com 120 deputados.
Em sua fala nesta terça-feira (25), o presidente brasileiro relembrou fatos históricos de Brasil e Portugal e homenageou as duas democracias, além de ter feito críticas ao governo de Jair Bolsonaro.
— No Brasil, as forças democráticas demonstraram solidez e resiliência — disse Lula, reafirmando, em seguida, que "o Brasil voltou a ser internacional".
Com as vaias, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que também é do Partido Socialista, criticou os deputados que vaiaram Lula:
— Se comportem com urbanidade, cortesia e educação. Chega de insultos, chega de envergonhar as instituições, chega de envergonhar o nome de Portugal — afirmou. Segundo o jornal Público, Silva pediu desculpas a Lula em nome do parlamento e elogiou a "coragem e educação" do presidente brasileiro.
Num segundo momento, o presidente, que encerrou as suas atividades oficiais com essa sessão solene, abordou os assuntos que fizeram parte da sua viagem a Portugal. Mais uma vez disse que o Brasil "condena a violação da integridade territorial da Ucrânia" e que "é preciso falar em paz.
O presidente também discorreu sobre a sua vontade de viabilizar o acordo entre Mercosul e União Europeia e ressaltou a importância e disposição pela proteção ambiental.
— O Brasil reconhece a importância da proteção ambiental e está preparado para ajudar o mundo com a transição energética — continuou.
As questões sociais e a diversidade de gênero e raça também foram temas da fala do presidente.