Em sessão realizada na tarde desta quarta-feira (15), o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu dar prazo de até cinco dias para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devolva o jogo de joias que recebeu do regime da Arábia Saudita. O conjunto, que reúne peças em ouro como relógio, caneta e abotoaduras, estaria guardado em um local privado de Bolsonaro, no Brasil.
A Corte de contas decidiu ainda que os bens sejam encaminhados para a Secretaria Geral da Presidência da República, que fica dentro do Palácio do Planalto, e não sob a guarda de Bolsonaro
Além da devolução das joias, o TCU solicitou a entrega de um fuzil e uma pistola que o ex-chefe do Executivo recebeu de presente em 2019, dos Emirados Árabes, bem como uma inspeção detalhada de todos os itens que Bolsonaro recebeu em seus quatro anos de governo. Aquilo que não for considerado como presentes “personalíssimos” (itens de baixo valor monetário) terá de ser integrado ao patrimônio da União, e não poderá ficar com o ex-presidente. .
Em outubro de 2021, a comitiva do governo Bolsonaro, liderada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no Brasil com duas caixas de joias de forma ilegal e sem declarar à Receita Federal.
O conjunto de diamantes mais valioso, estimado em cerca de R$ 16,5 milhões, acabou retido pelos auditores da Receita. Este seria levado para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, e incluía colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes.
Já a outra caixa, que entrou no país sem declaração à Receita e foi apropriada de forma irregular, foi recebida pelo ex-presidente no Palácio da Alvorada e guardada em seu acervo pessoal. As peças estão avaliadas em cerca de R$ 400 mil, e incluem relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosé gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rosé gold, todos da marca suíça Chopard.