Depois que o jornal O Estado de São Paulo revelou que o governo Jair Bolsonaro tentou ingressar com joias no valor de R$ 16,5 milhões concedidas ao governo brasileiro e que ficariam com Michelle Bolsonaro, a Polícia Federal deverá apreender os artigos de luxo.
A PF será acionada na próxima segunda-feira (6) pelo ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino, para investigar o caso. As peças serão utilizadas como possível prova de descaminho, lavagem de dinheiro e peculato.
Conforme a reportagem do Estadão, um militar assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque tentou passar na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em outubro de 2021 com os objetos. O ministro teria tentado convencer os agentes da Receita Federal a desistirem da apreensão dos artigos após dizer que eles seriam da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O secretário de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, divulgou imagens das peças apreendidas e um documento da Receita Federal que relata a ocorrência. Um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes foram dados como presente pelo governo da Arábia Saudita. Michelle e Jair Bolsonaro não foram ao país do Oriente Médio para participar de um evento, quando as peças foram presenteadas ao governo brasileiro.
Bens adquiridos no Exterior que tenham valor superior a US$ 1 mil - cerca de R$ 5 mil - precisam ser declarados à Receita Federal ao ingressarem no Brasil. Quando os valores de produtos ultrapassam esse teto, estão sujeitos à cobrança do imposto de importação.
À CNN, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que as joias foram trazidas de forma ilegal e que os presentes seriam para uso pessoal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-presidente. Segundo a emissora, Bolsonaro disse que os artigos de luxo ficariam no acervo do Palácio do Planalto.