Mais de 300 policiais deflagraram na manhã desta quinta-feira (9) a Operação Ptolomeu III, que investiga suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do Governo do Estado do Acre. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), com apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal, cumpre 89 mandados de busca e apreensão nos Estados do Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas e Rondônia, além do Distrito Federal. O governador, Gladson Cameli (PP), está entre os investigados.
Conforme o g1, Cameli não é alvo direto das buscas desta quinta, mas foi alvo de outras sanções definidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ): ele tem de entregar o passaporte, está proibido de deixar o Brasil e não pode contatar outros investigados. O pai de Gladson, Eladio, e um irmão do governador, Gledson, também são investigados na operação.
A ação desta quinta é desdobramento de uma operação iniciada em 2021, quando foram identificados indícios da existência de uma organização criminosa controlada por agentes políticos e empresários ligados ao Executivo estadual do Acre. Segundo a PF, ocorria desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Ações tramitam no STJ.
Nesta terceira fase da operação Ptolomeu, a Polícia Federal busca o ressarcimento de parte dos valores desviados dos cofres públicos. Por isso, o STJ determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 120 milhões em contas bancárias, bens e imóveis de luxo.
Além do bloqueio dos valores, o STJ pediu 31 afastamentos de cargo ou função pública, 57 proibições de contato com investigados e acesso a órgãos públicos, 57 entregas de passaporte e 70 quebras de sigilo bancário e fiscal. Na mesma decisão, 15 empresas investigadas tiveram as atividades suspensas.
A PF e a PGR não divulgaram quem são os alvos de cada uma dessas medidas. A operação tramita em sigilo no STJ.