O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, vai depor à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (14) sobre o caso das joias sauditas entregues em outubro de 2021 a uma comitiva do então governo de Jair Bolsonaro. A oitiva estava inicialmente prevista para a última quinta-feira (9), mas foi adiada.
O ex-assessor de Albuquerque no ministério, Marcos André Soeiro, que tentou ingressar no Brasil com as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões na mochila, também deverá depor. Ambos estão incluídos no inquérito aberto para investigar o caso.
O objetivo dos depoimentos será esclarecer as diferentes versões que o ex-ministro deu para a entrada de um conjunto de luxo que ficou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e de uma caixa com colar, brincos, anel e relógio de diamantes que seriam destinados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Na ocasião, a equipe do Ministério de Minas e Energia foi à Arábia Saudita participar de reunião da cúpula "Iniciativa Verde do Oriente Médio". O evento ocorreu em Riad, capital do país árabe.
Desde que o pacote com as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões ficou retido pela Receita, o governo federal tentou reaver os itens por diversas vezes, inclusive determinando que um militar viajasse até Guarulhos pessoalmente em 29 de dezembro de 2022, já no fim da gestão de Jair Bolsonaro. No mesmo dia, o gabinete do então presidente solicitou que os itens fossem cadastrados no sistema federal como "acervo privado", já que, segundo a justificativa, se tratava de um presente do regime saudita.
Como já relatou à Polícia Federal uma servidora da Presidência da República na época, ela havia recebido ordens para lançar com antecedência as joias apreendidas antes de serem liberadas pela Receita, e que, posteriormente, outro servidor teria determinado que os ofícios enviados ao Departamento de Documentação Histórica fossem excluídos do sistema, já que a operação para resgate das joias havia fracassado.