O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (7) que recebeu um projeto apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), para discutir com a sociedade a regulação das mídias digitais em prol do combate à desinformação. O pacote faz parte de um conjunto de medidas contra atos antidemocráticos que foi anunciado por Dino no dia 26 de janeiro.
— A gente vai começar a discutir esse projeto que agora está na Casa Civil. Pretendemos discutir com a sociedade para saber como proibiremos que as empresas de aplicativo fiquem divulgando notícias que são impróprias, mentirosas, violentas ou convidam as pessoas a fazerem coisas que não prestam. Nós temos consciência de que os mentirosos, aquelas pessoas que pregam o mal e a mentira na internet, não podem ter a facilidade que tem — afirmou durante café com comunicadores.
Lula disse que a discussão sobre regulação da mídia deve envolver todos os países do mundo, e não só uma nação. Ele disse ter a pretensão de debater o tema com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem se reunirá na próxima sexta-feira (10), e com membros do G20 e dos Brics.
— Acho que se quisermos discutir a regulação da mídia digital no mundo, não pode ser problema de um país só. Tem que ser um problema de todos os países do mundo para regular uma coisa que dê tranquilidade ao regime democrático — declarou.
Mais médicos
Durante o encontro, o presidente revelou que abrirá licitação para o programa Mais Médicos ao citar a necessidade de elevar os investimentos em saúde, especialmente nos rincões do país.
— Vamos ter que abrir licitação para o Mais Médicos. Temos que dar preferência para nossos médicos irem para lá. Mas, se não tiverem nossos médicos, a gente vai procurar médico de outro lugar para levar — ressaltou, ao citar o programa que virou alvo de críticas da oposição, especialmente com a participação de médicos cubanos.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, dizia que o programa era usado para financiar o governo de Cuba. Em janeiro, o desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), decidiu que a União deveria recontratar mais de 1,7 mil médicos cubanos que participaram do programa.