Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) elegeram, nesta quarta-feira (10), a ministra Rosa Weber para o cargo de presidente da Corte pelo próximo biênio. A escolha do magistrado que assumirá a presidência é protocolar. Rosa recebeu 10 votos dos colegas e, em seu breve discurso pós-eleição, prometeu defender a soberania do regime democrático.
A ministra assumirá o controle do Supremo num momento delicado na relação com o Planalto por conta das manifestações bolsonaristas que estão sendo organizadas para Sete de Setembro. A tradição no tribunal prevê que o chefe do Poder Judiciário sempre será o ministro com mais tempo de casa e que ainda não tenha assumido o cargo.
— Nós sabemos todos que ato de eleição em tribunais para cargos da administração são atos de rotina. Isso, todavia, não ofusca de forma alguma a simbologia desse momento. Apenas, a meu juízo realça o que realmente importa, que é a instituição Supremo Tribunal Federal — disse a parlamentar.
O tribunal também elegeu o ministro Luís Roberto Barroso para o cargo de vice-presidente, atualmente ocupado por Rosa. A posse dos ministros será realizada três dias após a data prevista, em 9 de setembro. O objetivo do remanejamento da cerimônia é distanciar a troca de comando no Supremo das manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para o feriado de Sete de Setembro.
— O exercício desse cargo trata-se de um imenso desafio, mas eu vou buscar desempenhá-lo com toda a serenidade e com a certeza do apoio de vossas excelências que para mim será fundamental. E sempre na defesa da integridade e da soberania da constituição e do regime democrático — afirmou.
A próxima presidente do Supremo terá um mandato mais curto do que o dos seus antecessores que, via de regra, permanecem no cargo por dois anos. O motivo da gestão mais breve é a aposentadoria da ministra, que ocorrerá em outubro do ano que vem, quando completará 75 anos. Os magistrados da Suprema Corte são aposentados compulsoriamente quando chegam a essa idade.
— Isso também não impede que eu me sinta sensibilizada, a despeito da tradição secular ou de décadas do Supremo, no sentido de escolher para este cargo sempre o ministro mais antigo que ainda não ocupou o posto. Mas isso, essa tradição, que é salutar, não ofusca, inibe, prejudica o fato de eu estar absolutamente sensibilizada pelo voto de confiança de vossas excelência — finalizou Rosa.