O ex-deputado federal e ex-secretário estadual gaúcho Nelson Proença morreu na manhã deste sábado (18), aos 71 anos, após uma internação superior a três meses no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Segundo o ex-governador Antônio Britto, que teve Proença como secretário da Casa Civil e de Desenvolvimento em períodos entre 1995 e 1998, o político nascido em Porto Alegre estava com a saúde fragilizada e teria sofrido complicações decorrentes de uma infecção por covid-19.
Britto conta que o antigo auxiliar já havia se submetido a transplantes de medula e de coração quando teria contraído o coronavírus em uma viagem ao Uruguai. Desde então, foi hospitalizado no Albert Einstein, onde ficou em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Proença chegou a ser transferido para um setor semi-intensivo após uma breve melhora, mas, nos últimos dias, a situação havia novamente piorado.
- Foi um grande executivo, depois teve cinco mandatos como deputado federal e ocupou funções importantes como chefe da Casa Civil e secretário de Desenvolvimento, cargo em que ajudou a atrair muitas empresas para o Estado, como a GM. Era uma pessoa com visão moderna e um grande conhecimento sobre o mundo dos negócios - avalia Britto.
Formado em administração de empresas pela PUCRS, com especialização em condução e gerência de problemas públicos no International Institute for Public Affairs, de Washington (EUA), Proença ingressou na vida pública na Subsecretaria de Assuntos Comunitários da Presidência da República do governo de José Sarney (1985-1990).
Na gestão federal, iniciou uma parceria de duas décadas com o assessor José Luiz Fuscaldo, atual diretor da agência de propaganda Moove.
- Era executivo da empresa IBM quando o presidente Sarney o convidou (para o governo federal). O Proença era extremamente moderno, como executivo havia viajado por muitos lugares e contava com uma ampla visão de mundo. Sempre tinha uma solução a oferecer, um senso de humor refinado e muita elegância para se relacionar com as pessoas - descreve Fuscaldo.
Filiado ao então PMDB, concorreu a deputado federal em 1990 e conquistou uma cadeira na Câmara, de onde se licenciaria em períodos posteriores para ocupar cargos no Piratini. Voltaria à Câmara também como filiado ao PPS, atual Cidadania. Foi secretário ainda de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais no início da gestão de Yeda Crusius (2007-2010). Proença era casado e deixa três filhos.
Nos últimos anos, dividia seu tempo entre o Uruguai e São Paulo. O velório está previsto para ocorrer no domingo (19) no Cemitério Crematório Horto da Paz (Rua Horto da Paz, 191), em Itapecerica da Serra, São Paulo, das 13h às 17h.