Em entrevista ao jornal Estadão, o coordenador da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmou que a resistência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pelas eleições, em aceitar sugestões das Forças Armadas para o processo gera insegurança na população e que o presidente não teria como controlar uma eventual reação violenta de apoiadores em relação ao resultado apurado nas urnas.
— Como a gente tem controle sobre isso? — questionou.
Perguntado sobre a chance de acontecer no Brasil algo semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos, onde apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram a sede do congresso, após a derrota do republicano na eleição, Flávio Bolsonaro disse que o presidente brasileiro "jamais" daria ordem a seguidores para fazer algo do gênero.
— No meu ponto de vista, o (Donald) Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá (invadir o Capitólio). As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram. Não teve um comando do presidente e isso jamais vai acontecer por parte do presidente Bolsonaro.
O senador sugeriu que militares venham a público dizer que as eleições não serão seguras caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ignore as recomendações feitas pela Defesa. Ele não respondeu se o presidente reconheceria uma eventual derrota, mas negou que planeje um "golpe".
— Quem quer dar golpe na democracia, Bolsonaro ou quem está resistindo a atender a sugestões técnicas? — disse.