As campanhas de mobilização realizadas nos últimos meses para incentivar a participação eleitoral de jovens surtiram efeito, elevando o quantitativo de eleitores de 16 e 17 anos para o maior patamar de eleições gerais desde 2010 (veja o gráfico abaixo).
Dados parciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualizados nesta semana, mostram que o país tinha, em maio de 2022, mais de 2,5 milhões de eleitores de 16 e 17 anos. O voto é facultativo para esse grupo.
Em maio de 2018, eram pouco mais de 2 milhões de votantes dessa faixa etária. Em maio de 2014, havia 2,3 milhões de pessoas nesse grupo do eleitorado.
Os dados mensais do eleitorado brasileiro são abertos, podem ser acessados neste link do TSE, e refletem a idade dos eleitores no último dia de cada mês. Assim, o quantitativo final de eleitores de 16 e 17 anos aptos a votar em outubro ainda sofrerá alterações. O TSE tem até 11 de julho para consolidar os dados para o pleito de 2022.
Alta do eleitorado passou por mobilização nacional
O número atual de registros de eleitores com 16 e 17 anos contrasta com o cenário de baixo interesse eleitoral dessa faixa etária que marcou o início de 2022. Em março deste ano, os números parciais mostravam que o país estava no pior patamar para o mês de toda a série histórica.
O nível crítico de renovação dos eleitores acendeu o alerta de autoridades e de organizações da sociedade civil, que deram partida em uma mobilização nacional para atrair as pessoas de 16 e 17 anos para voto.
Nas redes sociais, ações de incentivo à participação democrática ganharam corpo com o apoio de famosos do Brasil e do Exterior, times de futebol e entidades sociais. Grupos de jovens também criaram iniciativas presenciais e digitais para defender a importância da participação eleitoral.
— Vimos, como há muito tempo não se via, um país unido pelo bem, pela concórdia, um país unido para o fortalecimento da democracia — valorizou o presidente do TSE, Edson Fachin, ao anunciar dados parciais do eleitorado, em 5 de maio.
O prazo para tirar ou regularizar o título de eleitor terminou em 4 de maio. Desde então, o TSE e os Tribunais Regionais Eleitorais têm trabalho para processar todos os pedidos e consolidar o cadastro final para as eleições de 2022.