Em dois meses, mais de 2,8 milhões de postagens no Facebook receberam uma marcação que, ao ser clicada, leva ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O “selo” é fruto de uma parceria da Justiça Eleitoral com redes sociais, que prioriza as informações oficiais e combate às fake news em ano eleitoral.
O rótulo aparece em posts com palavras-chave, como “eleições”, por exemplo, e não necessariamente apenas em conteúdos com notícias falsas. O mecanismo é o mesmo usado pelas redes com a covid-19, onde um rótulo também é colocado em postagens direcionando para a página do Ministério da Saúde.
Desde 8 de dezembro, posts no Facebook e no Instagram sobre as eleições estão recebendo a marcação do TSE. Em janeiro e fevereiro, foi registrado 1,4 milhão de acessos ao site do tribunal – um aumento de quase 10 vezes em relação a outubro e novembro do ano passado.
Ao longo deste ano, as redes sociais terão que tomar medidas – como o selo do TSE – para impedir postagens com desinformação. Em fevereiro, o tribunal fez um acordo com plataformas digitais que operam no Brasil (Whatsapp, Facebook, Instagram, Youtube, Twitter, Google, TikTok e Kwid). As empresas se comprometam a desenvolver ações, medidas e projetos para controlar a disseminação de notícias falsas no ano eleitoral.
O Telegram, aplicativo de troca de mensagens, ainda não faz parte dessa lista. Desde o ano passado, o TSE tenta abrir diálogo com representantes da plataforma, tanto no exterior como no Brasil, para tentar fechar parceria de enfrentamento às notícias falsas, porém sem sucesso. A plataforma também vinha ignorando ordens judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF), o que culminou na determinação do ministro Alexandre de Moraes de bloquear o uso do app no Brasil.
Neste domingo (21), Moraes revogou a decisão após o Telegram acatar com os pedidos da Corte - um deles era a suspensão de uma postagem do presidente Jair Bolsonaro com informações sigilosas de uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto ataque ao sistema do TSE nas eleições de 2018.