A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta quinta-feira (24) um requerimento para que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, compareça no Congresso na próxima quinta (31) para explicar a atuação de pastores evangélicos sem vínculo com o poder público na pasta, controlando a distribuição de verbas e a agenda do Ministério da Educação.
A presença de Ribeiro na comissão foi solicitada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jean Paul Prates (PT-RN). Como é um convite, o ministro não é obrigado a comparecer no Senado.
Porém, em ofício enviado ao presidente da Comissão, senador Marcelo Marcelo Castro (MDB-PI), Ribeiro se colocou à disposição para fazer os esclarecimentos. "Levando em consideração os últimos acontecimentos envolvendo assuntos relacionados à este Ministério, coloco-me à disposição dessa Comissão para prestar esclarecimentos que se fizerem necesários", escreveu o ministro no documento.
Os parlamentares cobram explicações do ministro sobre o áudio onde ele diz que repassa verbas para municípios indicados por dois pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Após a denúncia sair na imprensa, diversos prefeitos pelo País relataram pedidos de propina vindo dos pastores para conseguirem recursos financeiros do Ministério da Educação para os municípios.
Em nota, o ministro negou as acusações e saiu em defesa de Bolsonaro. Na noite desta quarta (23), disse em entrevistas à Globo e à CNN Brasil que recebeu relatos de pedidos de propina e acionou a Controladoria-Geral da União (CGU) para investigar as denúncias.
— O ministro da Educação, que atende pastores amigos de Bolsonaro para intermediar verbas públicas para prefeituras, vai ter que passar a semana preparando-se para dar explicações ao Senado. O ministro disse que denunciou os pastores à CGU e mesmo assim continuou recebendo eles para não despertar qualquer desconfiança. Melhor arrumar desculpa melhor que essa — disse o senador Prates, um dos autores do convite do ministro para comparecer na Comissão de Educação do Senado.