O presidente Jair Bolsonaro esteve em Budapeste, capital da Hungria, nesta quinta-feira (17) onde se encontrou com o presidente do país, János Áder, e com o primeiro-ministro Viktor Orbán, com quem possui afinidades políticas e ideológicas na linha da extrema-direita.
Ao assinar acordos entre os dois países, Bolsonaro chamou Orbán de “irmão” e disse que “Deus, pátria, família e liberdade” os representam.
Em uma fala à imprensa ao lado do premie húngaro, o presidente brasileiro ainda teceu declarações falsas sobre a Amazônia, na tentativa de se blindar das críticas que recebe no cenário internacional, principalmente de países europeus, como França e Alemanha.
Afirmou que as informações sobre a floresta chegam de forma distorcida no cenário internacional, que o trata como “grande vilão” na preservação do meio ambiente.
Bolsonaro afirmou que não há destruição na Amazônia e que seu governo se preocupa com o reflorestamento.
— Muitas vezes, as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fossemos os grandes vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe. Nós preservamos 63% do nosso território e não se encontra isso em praticamente nenhum outro país do mundo, nós nos preocupamos até mesmo com o reflorestamento, coisa que eu não vejo nos países da Europa, como um todo — afirmou.
A afirmação de Bolsonaro contrasta com os dados divulgados por órgãos que fazem o monitoramento da situação da Amazônia. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em 2021 a floresta registrou o maior desmatamento em 10 anos. De janeiro a dezembro do ano passado, mais de 10 mil km² de mata nativa foram destruídos, um número 29% maior do que o registrado em 2020. Já o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou que o mês de janeiro deste ano teve recorde de alertas de desmatamento desde 2016.
Após passar pela Rússia e pela Hungria, Bolsonaro encerra a agenda no leste europeu e retorna ao Brasil ainda nesta quinta. O presidente irá se deslocar diretamente ao Rio de Janeiro, onde fará um sobrevoo na cidade de Petrópolis na sexta (18), atingida por fortes chuvas e deslizamentos de terra.