Após visitar a Rússia, onde se reuniu com Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro se encontrou nesta quinta-feira (17) com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. O brasileiro chamou o líder nacionalista de extrema-direita de "irmão" e destacou a comunhão de valores entre os governos dos dois.
— Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos — disse Bolsonaro em declaração à imprensa em Budapeste, capital da Hungria, após reunião bilateral com o premier.
De acordo com o presidente da República, a reunião foi "bastante útil". O chefe do Executivo brasileiro destacou ainda a comunhão de valores conservadores que têm com o líder húngaro, citando Deus, pátria, família e liberdade.
— Comungamos na defesa da família com muita ênfase — disse Bolsonaro, que chamou a Hungria de "nosso pequeno grande irmão".
— O bom relacionamento com a Hungria faz com que nós venhamos a viver no momento algo ímpar na relação bilateral. Nos afinamos em praticamente todos os aspectos — acrescentou.
Considerado um líder nacionalista de extrema-direita, Orbán é um dos símbolos da chamada "democracia iliberal", termo cunhado para designar guinadas autoritárias por meio do voto. Ele chegou ao poder em 2010 e, desde então, promove uma escalada autoritária no país.
De acordo com Bolsonaro, os dois líderes também conversaram sobre a crise envolvendo Ucrânia e Rússia.
— Trocamos informações sobre a possibilidade ou não de uma guerra. Todos os países perdem com guerra, em especial a vizinhança — afirmou Bolsonaro.
O presidente ainda acenou para possibilidade de ampliar as relações comerciais com a Hungria, mas não anunciou nenhuma medida prática. Apenas dois memorandos, ainda não detalhados, foram assinados: um de cooperação em matéria de defesa; outro, em matéria de ações humanitárias.
— A Hungria tem despontado para questões econômicas. Essa passagem por aqui é rápida, mas deixará grande legado — destacou o presidente. — Dias muito melhores virão para nossos povos.