Sem citar diretamente a tensão militar entre Rússia e Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro disse, ao lado do colega russo, Vladimir Putin, que respeita todos aqueles que pregam a paz. Os dois se reuniram por duas horas no Kremlin, sede do governo local, em Moscou, nesta quarta-feira (16).
— O mundo é a nossa casa, e Deus está acima de todos nós. Pregamos a paz e respeitamos todos aqueles que agem dessa maneira, afinal de contas esse é o interesse de todos nós: paz para o mundo — disse Bolsonaro em pronunciamento após o encontro.
A declaração foi dada em um momento de crise diplomática entre a Rússia e o Ocidente por conta da entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), comandada pelos Estados Unidos e criticada por Putin.
Na reunião desta quarta, Bolsonaro e Putin estreitaram os laços comerciais e bilaterais entre os países, principalmente voltados ao fornecimento de fertilizantes para o agronegócio brasileiro.
Foi destacada, entre os chefes de Estado, a possibilidade de ampliação do mercado entre os dois países na exportação de produtos de natureza animal e vegetal. Além disso, incentivaram o intercâmbio de estudantes e a cooperação cultural e turística entre Brasil e Rússia.
Durante o pronunciamento, Bolsonaro agradeceu Putin por sair em defesa do Brasil em questões voltadas à preservação da Amazônia.
— Quando alguns países questionaram a Amazônia como patrimônio da humanidade, quero agradecer sua intervenção, que sempre esteve ao nosso lado em defesa da nossa soberania — afirmou o brasileiro.
No pronunciamento, Putin prestou condolências ao Brasil após a tragédia que já deixa mais de 50 mortos em Petrópolis, área serrana do Rio de Janeiro. Mais cedo, ao receber Bolsonaro no Kremlin, o presidente russo havia dito que o Brasil era o principal parceiro comercial do país na América Latina.
A agenda oficial de Bolsonaro na Rússia começou nesta quarta-feira com uma visita ao Túmulo do Soldado Desconhecido. A cerimônia militar é tradicional entre chefes de Estado que visitam o país e homenageia os soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial.
A viagem da comitiva brasileira a Moscou será finalizada com uma reunião com empresários. Após cumprir o compromisso, Bolsonaro vai viajar para Budapeste, capital da Hungria, onde tem um encontro com o líder de extrema-direita Viktor Orbán.